segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Crowdfunding deve ter a atenção dos governos municipais


Por Kaio Esteves

A ideia é ótima, e a coragem da jornalista Natália Garcia, admirável. Não deve ser fácil abandonar o emprego em um dos maiores veículos do País para se dedicar única e exclusivamente a um projeto que simplesmente surgiu e que tem ou não a possibilidade de dar certo. O crowdfunding, mesmo que não se tenha o alcance ou não haja a resposta esperada no Brasil (o que eu acredito que não aconteça), deve ser estudado e repassado. A parceria firmada com o portal UOL, que a idealizadora cita na entrevista analisada, já permite que algo maior seja esperado pelos acompanhantes do projeto.

Falando de Brasil, a ideia deve ser enfatizada nas metrópoles, onde se tem problemas muito maiores com locomoção, mas também pode ser aplicado em cidades emergentes do interior. Araçatuba, por exemplo, é carente de bons costumes no trânsito e de organização na mobilidade urbana. Poucos habitantes se locomovem com bicicleta ou outros meios alternativos. Os que se arriscam, fazem porque não têm possibilidade financeira de ter uma motocicleta. A cidade, apesar de ser plana e permitir o uso da bicicleta, dificulta pelo clima quente. Os habitantes estão adquirindo cada vez mais motos e carros, e isso tem preocupado as autoridades locais.

VIAGENS
As viagens feitas por Natália Garcia, pelas principais metrópoles do mundo, mostram uma realidade totalmente diferente da nossa. Lá, os meios de transportes alternativos são valorizados e possuem sinalização exclusiva. No site criado pela jornalista (cidadeparapessoas.com), é possível fazer a leitura de um material publicado em agosto deste ano, no qual mostra uma sinalização na avenida Paulista, no miolo de São Paulo, provando que a sinalização no local foi feita exclusivamente para os veículos motorizados.

"Imagine que você está em São Paulo, na avenida Paulista (veja no mapa abaixo) sentido Consolação, e quer ir para a avenida Brasil. Uma placa te diria para virar à direita, mesmo que a avenida Brasil fique na direção da esquerda. É que se você estiver de carro, precisa virar à direita para, então, fazer o retorno. Agora repare como nas cidades brasileiras a sinalização serve prioritariamente (e, muitas vezes, exclusivamente) os carros. Isso significa que as placas estão a serviço da minoria das pessoas. Em São Paulo, apenas 28% da população se locomove de carro. Temos a impressão de que a maioria das pessoas está nos automóveis porque eles ocupam mais espaço: 78% das vias. São 3,8 milhões de carros circulando todos os dias.", diz parte do texto, provando que, muitas vezes, a sinalização é feita sem nenhum estudo ou pensamento dos munícipes que optam pelo transporte alternativo. 

Seja em São Paulo, Curitiba, Londres ou Araçatuba, a iniciativa e a ideia de aderir aos transportes alternativos para a melhora da mobilidade urbana, deve partir do governo e, mais do que isso, da consciência da população. O projeto deve ser abraçado, apoiado e aderido.

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