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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

"E vivemos felizes para sempre", conclui Cinderela

A arte de contar histórias aliado a realidade diária das crianças. Assim deveria ser o jornalismo infantil em um país onde a leitura “era uma vez”.

Aos sábados, algumas páginas do jornal nosso de cada dia chegam às bancas com mais cor e diversão para estimular um leitor que ensaia os primeiros passinhos no universo das letras. Isso porque a maioria dos diários disponibiliza, uma vez por semana, o suplemento infantil, que segundo a opinião de alguns grandinhos, servirá apenas para ser desenhado, pintado, riscado, amassado, rasgado, pisoteado...

Essas páginas são menores, visivelmente mais atraentes e destinada aos futuros leitores de pautas mais sérias e quentes. Eles ficam famosos por suas atividades pedagógicas, por muitas ilustrações e conteúdo de pouco aprendizado, mas esse tipo de conteúdo pouco condiz com o objetivo do mesmo.

Segundo a jornalista e professora de Gêneros Jornalísticos e mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ayne Gonçalves Salviano, os suplementos devem ter o mesmo objetivos dos cadernos internos: seguir os preceitos jornalísticos e ter uma equipe que trabalhe com a realidade da criança.

“Diferentemente do que a maioria dos veículos de informação faz no Brasil hoje, o jornalismo infantil é e não pode ser só entretenimento infantil. Precisa ter o mesmo objetivo do jornalismo, que é informar sobre os fatos que acontecem ao redor da sociedade em que essas crianças vivem”, explica Ayne.

Estimular a leitura, fazer com que as crianças adquiram conhecimento, passem a ter senso crítico e a conquistar valores são, ou deveriam ser, os principais objetivos das produções jornalísticas voltadas aos baixinhos.

Gabriela Romeu, editora do Folhinha [1], suplemento infantil do jornal Folha de S. Paulo, afirma que muita coisa mudou durante os 50 anos da publicação. Ela, que trabalha com jornalismo infantil há dez anos, garante que a qualidade da produção evolui para um jornalismo mais parecido com o que encontramos todos os dias na Folha de S. Paulo, tendo como principal objetivo que as crianças conheçam a linguagem do jornalismo.

“O jornal tem matéria, manchete, título. Eles são um pouco mais lúdicos do que o jornal diário, mas eles seguem preceitos do jornalismo. Com isso a criança já vai aprendendo os códigos da foto, da legenda, de uma linha fina”, explica Gabriela.

Gênero jornalístico?

Muitas vezes o jornalismo infantil não figura entre os gêneros classificados por professores e teóricos. Até quem trabalha com ele confessa que é difícil defini-lo. “Não sei se é um gênero”, confessa a editora da Folhinha. Mas o jornalismo infantil puro, sem manchas pedagógicas e traços lúdicos, está afinado com os métodos de apuração e qualidade dos reconhecidos gêneros jornalísticos. “O que nós entendemos e fazemos aqui segue os preceitos do jornalismo. Tratar com a mesma seriedade a notícia, objetividade, olhar a realidade em que se vive e tirar assuntos da realidade da criança.”

Fernanda Pimenta, editora do Vaca Amarela [2] , um veículo online dedicado ao jornalismo infantil, parece estar mais decidida em relação ao assunto. “Acho que pode sim ser considerado um gênero jornalístico. Tem características próprias, serve a um público específico. Também é possível trabalhar com pautas quentes, sempre contextualizando a criança naquele fato”, comenta.

Segundo Gabriela, a equipe responsável - composta apenas por jornalistas - tenta sempre ter em mente que trabalham com um leitor em formação, e é justamente por isso que é preciso tomar uma série de cuidados.

E viverão felizes para sempre...

Diferente das historias infantis, para que o espaço dedica ao jornalismo infantil tenha um final feliz, ainda é preciso trabalhar ao largo da história, reescrevendo e recriando personagens. Fernanda lembra que o maior vilão desse conto real “é conseguir que elas [crianças] realmente leiam tudo”. E os números dessa realidade não contradizem a jornalista.

Está comprovado que a televisão e o computador seduzem mais do que o papel. Não só os adultos. A criança brasileira permanece cerca de três horas por dia em frente à televisão, segundo dados de pesquisa divulgada pela Eurodata TV Worldwide [3] em 2005, números que já podem ser considerados antigos.

A internet também atrai a atenção dos pequenos. Estima-se que dos 36,9 milhões de usuários da rede no Brasil, 9% sejam crianças com idade entre seis e 11 anos, que navegam, principalmente, por portais infantis, comunicadores instantâneos, buscadores e sites de relacionamento.

Logo, sobra pouco tempo para os livros. Tanto que a média de leitura das crianças brasileiras é de um livro por ano. Se compararmos com as crianças francesas, em que a média é de sete, poderíamos justificar a existência de um jornal infantil, vale ressaltar, diário[4].

Nesse panorama geral surge uma série de mocinhos e vilões. Mas por enquanto ainda não teremos um final feliz. “O jornalismo infantil é uma área a ser explorada e descoberta, no sentido de ser refeita, planejada. Do jeito que o jornalismo infantil vem sendo feito hoje, nós já percebemos que ele não é suficiente e precisa ser melhorado”, constata Ayne.

Referências: 

[1] Blog da Folhinha em: http://blogdafolhinha.folha.blog.uol.com.br/

[2] Blog Vaca Amarela em: http://www.vacaamarela.art.br/

[3] http://www.mediametrie.fr/ - Dados do Ibope//NetRatings.

[4] “Jornal francês para crianças desafia tendência digital”- ultimo segundo. Disponível em: http://migre.me/1xFaY 

http://www.canaldaimprensa.com.br/leitura.asp?id=0118&msg=1#coment

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eu li...

Se você leu, que tal dividir com os amigos?

Envie para o e-mail do curso (unitoledo.jornalismo@gmail.com) uma resenha daquele livro que você achou interessante. Os textos serão publicados aqui no blog.

Pode ser aquele livro que você leu no ano passado ou o livro que você irá ler durante as férias.

O importante é fazer a sua indicação.

Nós queremos ler também!
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