terça-feira, 8 de novembro de 2011

O mercado de trabalho e a experiência no exterior

Bruna Bertolino


Os meios acadêmicos e profissionais têm se tornado mais exigentes no momento da contratação de um novo funcionário ou aprovação para o ingresso de um novo discente.  Essas instituições buscam por pessoas que apresentem amplo conhecimento e experiências diferenciadas, optando por candidatos que possuam um currículo vasto em cursos de extensão, idiomas e complementos. Por isso, um elemento que tem se tornado essencial para o ingresso em grandes carreiras é a experiência internacional.

Por sua constante valorização, este tipo de diferencial tem apresentado crescente procura no Brasil, tanto por profissionais já inseridos em suas áreas, buscando um aperfeiçoamento com cursos de especialização, mestrado e doutorado, quanto por jovens estudantes que pretendem acrescentar conhecimento e adquirir uma experiência no exterior.

De acordo com a agente de viagens Laura Avezum, de Araçatuba, o mercado de intercâmbio se encontra em um momento excelente. “Atualmente, grande parte das pessoas necessita falar um segundo ou terceiro idioma, muitas vezes por questões profissionais. Outro quesito com grande procura é composto por indivíduos que desejam viver uma experiência cultural no exterior para enriquecer o currículo”, garante. Neste setor, existem possibilidades para uma experiência de trabalho, estudo ou um equilíbrio entre ambos.

DESTINO

A escolha do destino é uma parte essencial no desenvolvimento de uma experiência no exterior bem-sucedida. A decisão deve ser tomada de acordo com os objetivos que o intercambiário possui para seu futuro. A estudante Gabriela Grosso Rios, de Birigui, viveu sua primeira experiência longe da família aos 17 anos, quando optou por morar na Turquia. Seu objetivo era aperfeiçoar o inglês e, por isso, estudou durante um ano na cidade de Samsun.

Um dos maiores desafios de viver uma experiência internacional são as diferenças culturais. Gabriela conta que o choque de culturas foi muito grande em sua estada na Turquia. “Assim que cheguei ao aeroporto, vi muitas mesquitas e mulheres de burca. Foi assustador, liguei para minha mãe querendo voltar para o Brasil no mesmo momento.” Para a jovem, foi necessário um mês para se adaptar ao novo país.  “Na Turquia, a maioria da população é muçulmana, por isso, o maior desafio foi me enquadrar à religião.”

CRESCIMENTO

A vivência em um país estrangeiro se constitui de bons e difíceis momentos. Nícolas Heriberto Cortelazzi, 21, de Birigui, morou no México durante um ano, e afirma que o país enfrenta problemas como a grande desigualdade social. “O momento em que mais aprendi foram os últimos cinco meses, quando vivi com uma família muito humilde, que morava há 10 km da cidade, por isso pegava três ônibus para chegar à escola. 

Neste meio tempo, o pai da família faleceu. Foram tempos turbulentos, mas que me serviram para refletir muito sobre minha vida no Brasil.” O estudante de Publicidade e Propaganda conclui que, antes de viver a experiência, tinha um pensamento diferente sobre intercâmbio. Entretanto, ele aprendeu que a vida não é composta somente por alegrias.

Segundo Laura Avezum, a experiência internacional faz com que a pessoa tenha a oportunidade de se tornar um "cidadão do mundo" e, como tal, ampliar sua visão de si e dos outros que o rodeiam. Com isso, a pessoa passa a compreender que existem mais formas de se viver do que aquela única que conhecia e vivia em seu país. Entretanto, para que a experiência proporcione tal amplitude de visão do mundo é necessário que haja vontade e disposição da parte do viajante em conhecer uma nova cultura, estando aberto ao novo. “A partir desse crescimento, o indivíduo se torna mais interessante aos olhos do mercado de trabalho, despertando em si pontos mais criativos e maior domínio sobre situações e problemas”, afirma.

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