terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pesquisa revela que brasileiros leem entre um e quatro livros por ano

Por Rafael Machi

Pesquisa divulgada recentemente pela Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) revelou que a maioria dos universitários brasileiros leem apenas de um a quatro livros por ano.

O estudo foi feito nas principais universidades do País e mostrou que os números são preocupantes. Na UFMA (Universidade Federal do Maranhão), por exemplo, 23,24% dos estudantes não leem um livro sequer durante o ano.

Enquanto isso, em uma realidade totalmente oposta, os estudantes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) são ávidos por leitura: 22,98% deles leem geralmente mais de dez livros por ano. No Maranhão, um dos estados mais pobres do País, esse índice é de apenas 5,57%.

CENÁRIOS
No início do mês, a Andifes divulgou pesquisa feita com 19.691 estudantes de graduação de universidades federais de todo o País, apresentando números consolidados do panorama nacional. A partir do cruzamento de dados, foi possível mapear e distinguir os cenários regionais no tocante a hábitos de leitura, frequência a bibliotecas, domínio de língua inglesa e uso de tabaco, álcool, remédios e drogas não lícitas.

A UFMA, que lidera o ranking dos universitários que não leem nada, ficou em quarto lugar entre os menos assíduos à biblioteca da universidade - 28,5% dos graduandos não a frequentam. O primeiro lugar nesse quesito ficou com a Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro): metade dos alunos esnoba o espaço. O curioso é que a taxa de frequência a bibliotecas é relativamente alta no País: mais da metade das universidades tem índice superior a 80%.

Estes dados revelam-se preocupantes para a bibliotecária Viviane Renata Ventura Rissi, de Araçatuba. Ela atribui o resultado da pesquisa à transformação da cultura que o brasileiro vem sofrendo. “Um dos fatores que têm contribuído para isso é a falta de incentivo dos pais. Eles devem ser os principais motivadores à leitura, porém, muitos se mostram ‘acomodados’ quanto a esta realidade”, comenta.

COMPUTADOR
Ainda segundo Viviane, a tecnologia utilizada de forma errada também pode ser um forte contribuinte para esta estatística. “Os jovens estão se apegando cada vez mais a coisas eletrônicas, como videogames, jogos eletrônicos, e estão deixando de lado atividades cotidianas, como a conversa entre amigos nas horas de lazer”, ressalta.

A internet, ao contrário do que muitos pensam, pode ser grande aliada à leitura de livros, basta que seja utilizada de forma adequada; é o que pensa a bibliotecária. “Infelizmente, as pessoas não estão adequadas a utilizarem este grande recurso para aprofundamento de conhecimento, apenas para seu lazer e entretenimento”, considera.

Outra preocupação da bibliotecária com relação aos dados é quanto ao mercado de trabalho. Para ela, a concorrência é grande, por isso o mercado exige profissionais cada vez mais preparados. “Entre as exigências, está a postura e a expressão; saber falar corretamente e ter domínio naquilo que se quer trabalhar é fundamental, por isso uma boa leitura pode ser fundamental neste momento”, finaliza. (Com informações do jornal O Estado de S.Paulo)

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