sexta-feira, 13 de maio de 2011

Músicos de barzinho: unindo o útil ao agradável

Por Barbara Franchesca Nascimento

Uma boa companhia para conversar e um momento para deixar a distração acontecer. Esse ambiente tem sido cada vez mais frenquente em bares de Araçatuba que tem como objetivo potencializar o atendimento por meio da música de qualidade.
 
Tal intuito abriu um mercado para os músicos locais. O baiano Mário Carteado, 39, destaca que a oportunidade de trabalho em Araçatuba não se diferencia das capitais.

O baiano Mario Carteado
Músico desde 1996 e natural de Salvador, Carteado explica que, na terra do axé, conseguia realizar seis apresentações por semana com músicas alternativas. O mesmo ocorre em Araçatuba.

ALTERNATIVO

“Na terra onde predomina o axé, tocar MPB e bossa nova já torna um artista alternativo. Sempre vivi de música. E, aqui, tenho conseguido pagar minhas contas. Já para quem espera virar Ivete Sangalo, o cenário é bem diferente”, afirma.

Há dois anos em Araçatuba, Carteado deixou Salvador juntamente com a esposa devido à violência. Ao chegar à cidade, construiu um estúdio para a gravação de seus trabalhos e terceirizações. Apesar de ser formado em Tecnologia das Construções e Física pela Uneb (Universidade Estadual da Bahia), ele ressalta que a música é a maior satisfação de sua vida. “Para mim, música é alimento para o meu corpo e a minha alma; não conseguiria fazer outra coisa”.

Carteado foi convidado a integrar a programação da Virada Cultural Paulista em Araçatuba. Neste domingo (15), a partir das 14h, na Praça Getúlio Vargas, o músico apresentará ao público um repertório com composições próprias e de cantores de renome da MPB.


SATISFAÇÃO

Para o músico Zé Renato Gimenes, 59, o espaço é uma consequência da qualidade musical do intérprete. Desde a década de 70 trabalhando com música, ele afirma que é primordial ao artista saber inovar em suas apresentações, mesmo que seja em bares comuns da cidade.
José Renato Gimenes
Na última quarta-feira (11), ele atraiu dezenas de pessoas em um bar na Vila Mendonça, em Araçatuba, ao tocar composições de jazz, MPB e bossa nova. “Sugeri ao proprietário colocarmos um teclado. Desconfiado, ele resolveu aceitar. Foi incrível. Todo mundo gostou, afinal, é diferente e ninguém nunca tinha feito”.

Responsável pelo desenvolvimento de trabalhos de formação musical de professores na região, Zé Renato diz que, apesar de não precisar tocar na noite, exerce a atividade por satisfação pessoal e pela oportunidade de poder estar em contato direto com o público, proporcionando-lhe um espetáculo conceitual.

“É preciso fugir do senso comum. Devemos inovar com músicas que transmitam conteúdo e levem o público a refletir em um ambiente de bem-estar”, finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lembrem-se de comentar com respeito!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...